Artista visual, designer gráfico, ilustrador e Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará, Cardoso Júnior iniciou sua carreira na década de 1980, quando fundou e participou do influente grupo de artistas cearenses “Fratura Exposta”, movimento que marcou a cena cultural do Ceará no período, explorando novas formas de expressão e questionamento artístico.

Nordestino, nascido e vivendo atualmente em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua obra é caracterizada por uma imaginação delirante e um impacto visual marcante. Cardoso Júnior revela-se um mestre do uso das cores, capaz de trabalhar tanto com efeitos sutis quanto com elaborações visuais intensas, sempre atento aos pequenos detalhes. Seu processo criativo nasce da observação cuidadosa da realidade, unida ao sonho e à fantasia, não como uma fuga escapista, mas como uma forma de explorar o desconhecido e questionar a realidade estabelecida. Esse jogo entre a realidade concreta e a liberdade da imaginação abre caminhos para novas representações, desafiando a percepção comum.

Sua figuração apresenta uma mistura fascinante de influências, que vão desde o expressionismo alemão e o surrealismo até elementos contemporâneos da cultura de massas e das histórias em quadrinhos. Além disso, a cultura popular nordestina, com sua ironia, riqueza simbólica e fantasiosa, desempenha um papel essencial na construção de seu imaginário.

A produção artística de Cardoso Júnior segue um fluxo espontâneo, sem a imposição prévia de temas. As formas e criaturas emergem naturalmente a partir da própria obra, como se a tela, impulsionada por uma corrente de imaginação livre, demandasse a presença de certas figuras. Apenas ao final do processo, o artista compreende o tema que se manifestou por meio dessas formas.
Apesar de criar em um ambiente urbano e contemporâneo, sua obra remete ao fantástico latino-americano, que geralmente se expressa com mais intensidade na literatura, especialmente na literatura de língua espanhola, do que nas artes visuais brasileiras. Essa singularidade confere aos trabalhos de Cardoso Júnior uma dimensão híbrida, onde o real e o imaginário coexistem e se entrelaçam, revelando novos significados a cada olhar.

Com exposições importantes e premiações em salões de arte, o artista reafirma seu papel como uma voz crítica e inovadora na arte contemporânea brasileira, subvertendo expectativas e desafiando o espectador a enxergar além das aparências.

Exposições individuais (selecionadas):

1989 – Galeria Suzanna Sassoun – São Paulo/SP; 1990 – Museu da Universidade Federal do Ceará – MAUC – Fortaleza/CE; 2017 – Tratado Sobre o Tempo – Kaleydoscope Galeria – Fortaleza/CE; 2018 – Pinturas, 1985 – 2018 (Retrospectiva) – DB Galeria – Fortaleza/CE.

Exposições Coletivas (selecionadas):

1985 – Grupo Fratura Exposta – Arte Galeria e Casa de Cultura Raimundo Cela – Fortaleza/CE; 1985 e 86 – 35° e 36° Salão de Abril – Fortaleza/CE; 1985 e 86 – 6ª e 7ª UNIFOR Plástica – Fortaleza/CE; 1987 – Artistas Cearenses – Montevidéu – Uruguai; Prêmio Talento 87, Espaço Cultural Teleceará – Fortaleza/CE; 1988 – Galeria SESC Paulista – São Paulo/SP; 1988 – 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo/SP; 1989 – 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo/SP; 1989 – Artistas Emergentes – FUNARTE, São Paulo/SP; 1997 – A Fortaleza – Centro Cultural Abolição – Fortaleza/CE; 1998 – JANGADA – Museu do Ceará – Fortaleza/CE; 2003 – 54º Salão de Abril – Fortaleza/CE; 2005 – Grupo Fratura Exposta 20 anos depois – Galeria Vicente Leite – Faculdade 7 de Setembro (FA7) – Fortaleza/CE; 2008 – Caleidoscópio – Galeria Vicente Leite – Faculdade 7 de Setembro (FA7) – Fortaleza/CE; 2010 – GRAVADORES CONTEMPORÂNEOS – Galeria Vicente Leite – Faculdade 7 de Setembro (FA7) – Fortaleza/CE; Salão De Abril – De casa para o mundo do mundo para casa (1980 – 2009) Retrospectiva Histórica – Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar.
Prêmios: 1985 – 35º Salão de Abril – 1º Lugar Pintura; 1985 – 6ª UNIFOR Plástica – Prêmio de Incentivo ao Artista Jovem; 1987 – Talento 87 – 1º Lugar Pintura; 1988 – 6° Salão Paulista de Arte Contemporânea – Prêmio Pintura